Assim que a porta da mansão se fechou atrás de mim, respirei fundo. A tensão da universidade ainda pesava nos meus ombros, mas o silêncio do lugar me acolhia de um jeito estranho. Era irônico como uma casa de mafiosos podia parecer mais segura que os corredores da minha própria faculdade.

Subi as escadas devagar, esperando encontrar Luca no escritório, ou talvez no andar de baixo, lidando com algum dos seus assuntos secretos. Mas quando passei pelo corredor e vi a porta do quarto dele entreaberta, parei.

Não pelo som.

Mas pelo reflexo no espelho.

Ele estava de costas para mim, em frente ao espelho, com o tronco nu e as calças de moletom pendendo nos quadris. Os músculos das costas estavam tensionados enquanto ele tentava, em vão, alcançar os curativos perto da escápula. Havia sangue fresco manchando a gaze torta.

— Você está se machucando mais do que ajudando — comentei, entrando no quarto sem bater.

Luca praguejou baixinho, abaixando os braços com um suspiro cansado.

— Não ima