Desci as escadas em silêncio, sentindo o calor ainda recente do corpo de Enzo nos meus. Ele dormia profundamente, a respiração ritmada e pesada, os curativos limpos — novamente — depois da loucura que foi nossa noite.
Caminhei até a cozinha com os pés descalços, o piso frio contrastando com o calor que ainda me percorria por dentro. Usava apenas uma camisola de cetim clara, curta demais para esse tipo de convivência, mas não me importei. Na verdade, nem pensei nisso. Minha cabeça ainda estava anestesiada demais pelas últimas horas.
Quando dobrei o corredor e entrei na cozinha, não esperava encontrar ninguém.
Mas ele estava lá.
Luca.
Encostado na bancada de mármore negro, com uma xícara de café na mão, camisa social branca desabotoada até o peito, mangas dobradas até os antebraços. O olhar dele encontrou o meu no mesmo instante em que me dei conta do quanto minha camisola deixava à mostra.
Por um segundo, ficamos em silêncio.
Um segundo longo demais.
— Bom dia — murmurei, tenta