O primeiro raio de sol cortou o céu como uma lâmina dourada, atravessando as nuvens densas que por dias haviam coberto a região como um sudário. Pela primeira vez em muito tempo, a luz da alvorada tocava a terra sagrada do Círculo Lunar.
Elena respirou fundo, o cheiro de cinzas, sangue e magia ainda pairando no ar. Os tronos de pedra estavam em ruínas, os pilares tombados como ossos de uma antiga besta vencida. Mas havia silêncio. Um silêncio de fim — e também de recomeço.
Lucas apoiava-se na espada cravada no chão, com um corte profundo no braço e o olhar fixo no horizonte.
Aedan, de joelhos, olhava para as próprias mãos — agora humanas — como se não reconhecesse a pele que carregava. As marcas escuras em seu pescoço estavam esmaecidas. A presença sombria que antes o envolvia havia sumido… mas algo quebrado ainda reluzia dentro dele.
Elena se aproximou com passos lentos. As últimas energias do medalhão haviam sido consumidas na invocação do Véu Lunar, e agora ele era apenas uma joia