XXXIV. A Lua Enjaulada

A escuridão envolvia Serena como um manto sufocante. Seus pulsos estavam marcados pelas amarras que a prendiam a uma estrutura de pedra úmida, enraizada no chão de uma câmara ancestral. O cheiro de terra molhada, musgo e sangue impregnava o ar — a essência do templo oculto dos D’Argent.

Ela não sabia exatamente onde estava, mas já entendia que não era um local comum. Aquela caverna cravada nas entranhas das Montanhas Negras carregava séculos de energia antiga, poderosa e doentia. Ali, o tempo parecia dobrar, e os sussurros dos mortos eram tão altos quanto as respirações dos vivos.

Vincent surgira horas antes, os olhos negros ofuscando a luz fraca das tochas. Trazia nas mãos um grimório de couro escuro e nas palavras, a arrogância de quem acreditava estar no controle.

— A Lua escolheu você, Serena — Ele dissera, a voz macia como veneno diluído. — E eu escolhi a Lua.

Serena se debatia, mas as correntes estavam entalhadas com runas. Símbolos primordiais que drenavam sua energia, impossib
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