XXXII. Cativeiro das Sombras
A escuridão tinha peso.
Serena sentia isso no ar estagnado ao seu redor, no silêncio denso que fazia seu coração martelar contra as costelas, no frio que parecia emanar das paredes de pedra. Não sabia quanto tempo havia passado desde o baile — ou desde o momento em que seu corpo cedeu ao efeito daquela erva maldita que agora fazia sentido. Noctis Amara. Esse era o nome que Phill havia sussurrado casualmente dias antes em uma conversa com Cristopher, como quem falava de algo raro e inofensivo. Agora, ela entendia: aquela planta era um veneno disfarçado de remédio, e Phill, o curandeiro em quem todos confiavam, era um traidor.
Seus pulsos estavam presos por correntes frias e grossas, fixadas à parede atrás de si. A pedra irregular mordia suas costas, e seus tornozelos também estavam amarrados, impedindo qualquer movimento brusco. Uma dor insistente latejava em sua cabeça — resquício da substância que havia a derrubado como se fosse frágil. Indefesa. Uma palavra que ela odiava, mas que a