XLII. Ecos da Fera
O vento cortava os montes como navalhas. As árvores do território de fronteira dos Blackwood pareciam ossos carbonizados contra o céu de nuvens baixas e escuras. As folhas secas rodopiavam como assombrações, e o silêncio da floresta era sufocante, como se a própria terra tivesse prendido a respiração diante da presença dos Lycans.

Dominic avançava à frente de sua matilha com olhos em brasa, as garras quase expostas, mesmo em forma humana. A tensão em seu corpo era palpável — músculos rígidos, mandíbula travada, respiração pesada. A conexão com Serena, outrora tão viva e quente como um fogo silencioso sob sua pele, agora era uma brasa prestes a se apagar.

Ele sentia... algo errado. Algo muito errado.

Serena estava viva. Mas não inteira.

Algo havia sido feito.

E ele sentia isso em sua alma.

— Estão por perto — murmurou Seth, ao seu lado, farejando o ar.

Dominic assentiu, mas seus olhos estavam fixos no horizonte. A fronteira do território dos Blackwood, antes apenas um ponto de vigilânci
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