A manhã começava com um céu cinzento sobre Tóquio. Não chovia, mas o ar trazia uma umidade úmida e densa, como se o próprio tempo hesitasse em deixar aquele dia começar.
No andar superior da mansão Yamamoto, Ana ajeitava uma pequena mala sobre a cama. Não era a primeira vez que partia. Mas era a primeira vez que partia sabendo que voltaria para algo maior do que ela mesma. Ela estava grávida. E agora, cada passo carregava mais do que apenas o peso do corpo. Carregava a responsabilidade de não falhar, de não hesitar, de proteger aquela pequena vida que pulsava dentro de si. Ao fundo, ela ouvia a voz calma de Kenji falando ao telefone. Ele organizava os últimos detalhes com uma precisão cirúrgica: documentos, autorização para armas, rota de chegada no Brasil, contato com empresas, hospedagem… e, claro, segurança.<