Enquanto Pedro se afogava em sua própria fantasia romântica com seu filho e futura esposa, de poder ter uma nova vida em Ilhéus sem a sobra da tristeza, Ana, com a mente e o coração endurecidos pela dor e pela determinação de sua vingança, reescrevia sua história em um ritmo frenético. O voo para São Paulo não foi uma fuga, mas uma ascensão, uma jornada rumo à independência e ao poder. Ela não buscava apenas um recomeço; buscava a reconstrução de si mesma, mas com um propósito maior, um propósito que tinha o nome de Pedro.
A chegada a São Paulo foi um choque para os sentidos. A agitação, os prédios imponentes, a multidão anônima – tudo era um contraste gritante com a calmaria de Ilhéus. Mas essa foi a sua primeira vitória: a cidade grande a engoliu, oferecendo-lhe o anonimato que ela tanto ansiava. Ninguém ali a conhecia como a mulher que não podia ter filhos, a esposa traída, a figura fragilizada pela dor. Ali, ela era apenas Ana, uma mulher em busca de seu lugar.
Sua primeira priori