Achado no lixo, em um dia ensolarado, levara chuva, mas conseguiu ser resgatado. Do que estou falando? Daquele Walkman.
Ouvi música o tempo inteiro, nos meus dias mais alegres aos mais escritos por linhas tortas, nunca de forma certa.
O único problema é que ele deixou de me pertencer. Porque eu o esqueci ali, no banco do ônibus.
Era o 48, a linha que ia da zona mais cosmopolita até a mais litoral. E, como saber onde o Walkman estaria. Em que momento ele seria de volta pra mim ou não seria?
Naquele dia estava distraída. Maldito beijo que parece teia de aranha. Envolver-se era uma tarefa quase sempre de exilar a si.
E quando se exila o que se é, dificilmente volta a se encontrar.
Quando desci do ônibus, fiquei esperando na rodoviária. Para onde eu iria? Nunca tinha saído do meu lugar de naturalidade.
Até que, quando me dei conta do Walkman, por sorte, o ônibus ainda estava lá, mas estava fechado. E foi difícil convencer o motorista a abri-lo.
Então, esperei o motorista se