A sala de refeições do asilo estava iluminada pela luz suave da manhã, filtrada pelas grandes janelas que davam para o jardim. O aroma de café fresco misturava-se com o barulho baixo das conversas dos idosos, criando uma atmosfera de conforto e rotina. Sentado em uma das mesas próximas à parede, Otávio conversava com Dona Elvira, ambos com semblantes serenos e um brilho nos olhos que parecia revelar um entendimento silencioso entre eles.
Dona Elvira sorria, seus olhos brilhando de uma maneira que eu já começava a reconhecer — era o tipo de olhar que guarda segredos e afetos antigos, aquelas conexões que o tempo não apaga, mesmo quando tudo parece mudar. Otávio, por sua vez, tinha o rosto relaxado, quase vulnerável, diferente daquele homem frio que eu via em outras situações.