Os dias começaram a passar como uma sequência de pequenos rituais silenciosos.
Acordar cedo, ajudar na organização do café da manhã, acompanhar a hora da medicação, depois as atividades da manhã — ioga, pintura, música.
A princípio, cada passo parecia pesado, como se eu pisasse em terreno desconhecido o tempo todo. Mas, aos poucos, comecei a reconhecer os rostos, os sorrisos, as manias. O asilo tinha um ritmo próprio — feito de paciência, de pausas, de histórias que escoavam pelos gestos e olhares mais do que pelas palavras.
Dona Elvira, em especial, se tornara uma presença constante nas minhas pausas. Sempre com um comentário afiado na ponta da língua e uma gar