Nos movíamos como se estivéssemos à beira de um abismo — e, talvez, estivéssemos mesmo. Cada beijo era uma queda. Cada toque, um mergulho mais fundo no que eu já não conseguia controlar.
O corpo dele se encaixava no meu com uma precisão desconcertante. E, durante alguns minutos, tudo que havia em mim era desejo. Não havia o passado, nem o presente. Só aquele instante, aquela intensidade, aquela entrega absurda e arrebatadora.
Quando chegamos ao ápice, foi como se o mundo inteiro tivesse se calado para escutar a batida acelerada dos nossos corações. Ficamos ali, ofegantes, suados, tentando entender o que tínhamos feito. Ele apoiou a testa na minha, os olhos ainda fechados.
Por alguns segundos, acreditei que