O tempo parecia ter ganhado asas.
Desde o dia em que a notícia da gravidez se espalhou por Thunderwoof, cada manhã vinha carregada de expectativas novas. O outono, com suas folhas douradas e ar fresco, cedeu espaço ao início de um inverno suave, e junto com ele, as barrigas de Clarice e Nara cresceram como um símbolo vivo da prosperidade da matilha.
A gestação das lobas não seguia o mesmo compasso humano. Em Thunderwoof — assim como em Arkhadia — três luas cheias bastavam para que um filhote viesse ao mundo. Talvez fosse magia, talvez fosse a bênção da Deusa, mas o desenvolvimento acelerado era considerado um presente. Isso não tornava o processo menos intenso. Pelo contrário: cada semana trazia mudanças visíveis.
Clarice já sentia os gêmeos se moverem com força, como se testassem os músculos antes mesmo de nascer. Nara, com um só filhote, dizia que o pequeno parecia escolher os horários menos convenientes para brincar, geralmente quando ela tentava dormir.
Ares e Kaelen estavam irrem