O tempo parecia ter escorrido entre os dedos como água clara.
Desde o dia em que Clarice e Nara descobriram que seriam mães, Thunderwoof viveu meses de mudanças suaves, mas profundas.
O inverno que testemunhou o anúncio das gravidezes foi cedendo lugar a uma primavera radiante, quando os primeiros brotos surgiram entre a neve derretida. O vento gelado tornou-se brisa morna, e as vozes da matilha pareciam mais leves, cheias de promessas.
As patrulhas diminuíram o peso das peles sobre os ombros, os treinamentos voltaram a ser feitos ao ar livre e, aos poucos, o campo voltou a respirar. Clarice e Nara caminhavam juntas pelo vilarejo, rindo dos tropeços das crianças nas poças formadas pelo gelo derretido e recebendo pequenos ramos de flores de mãos minúsculas.
Logo veio o verão, e com ele, a vila atingiu seu auge de movimento.
As barrigas das duas cresceram firmes, testemunhas de que a bênção da Deusa corria forte. O calor suave permitia que todos trabalhassem na colheita das primeiras ho