O amanhecer chegou silencioso, tingindo o céu de tons suaves de prata e rosa. A névoa se arrastava rente ao chão, como se quisesse acompanhar Clarice até o portão leste da matilha. Ares estava lá, parado, braços cruzados, como se lutasse entre deixá-la ir e simplesmente colocá-la de volta no quarto.
Tasmira já a aguardava, com um manto cinza sobre os ombros e um feixe de ervas presas por um cordão de couro. — É hora, minha criança. — Sua voz soou grave, mas sem dureza. — O ciclo da purificação começa ao nascer do sol, e o primeiro banho deve ser feito antes que o orvalho desapareça.
Clarice olhou para Ares, e por um momento o mundo se reduziu ao olhar dele.
*** Volta para mim inteira, a voz de Grendor soou como uma promessa.
*** E mais forte, Lyanna completou.
Ela assentiu, deu um último passo até ele e se deixou envolver pelo abraço forte e quente que quase quebrou sua resolução. — Três dias… — Ares murmurou contra seu cabelo. — Mas vão parecer três luas.
— Eu volto. — Ela sussurrou,