O silêncio ainda envolvia o quarto quando o primeiro som cortou o ar como uma lâmina.
TRROOOOOMMMMMM!
O brado grave das trombetas ecoou pela fortaleza como um trovão, vibrando nas pedras das paredes, nos ossos, no coração.
Ares abriu os olhos no mesmo instante. Clarice também.
Os dois se encararam por um segundo — o suficiente para entenderem tudo. O tempo do refúgio havia acabado.
Ele se ergueu com um só movimento, o corpo nu cobrindo-se rapidamente com as roupas que estavam jogadas aos pés da cama. Clarice puxou a calça e vestiu a blusa preta colada, os cabelos ainda úmidos sendo presos em um rabo de cavalo improvisado.
O som soou novamente.
TRROOOOOMMMMMM!
Era o chamado de guerra.
— Eles estão aqui — Ares rosnou, a mandíbula tensa.
Clarice já estava calçando as botas. Os olhos brilhavam em alerta.
— E vieram cedo demais...
Sem perder tempo, os dois saíram do quarto. A porta se abriu com violência contra a parede e, no corredor, soldados corriam de um lado para o outro, organizando-