O calor da cozinha era sufocante.
Clarice estava de costas, mexendo o grande caldeirão sobre o fogo. Suas mãos tremiam discretamente, o suor escorria pelas têmporas e a respiração parecia presa dentro do peito. As outras ômegas tinham saído para servir o salão. Ela ficara sozinha — como sempre.
Mas então… o mundo parou.
A porta da cozinha se abriu sem cerimônia. Passos firmes. O som de botas contra a pedra. Um frio percorreu sua espinha e ela soube, antes mesmo de virar, que era ele.
O Alfa.
Ares.
Ela virou-se devagar, o olhar preso naquele homem que agora enchia todo o espaço com sua presença. Era maior do que ela lembrava. Mais sombrio. Os olhos dele — âmbar, frios como o inverno — estavam cravados nela como se a despisse até a alma.
Seu corpo inteiro estremeceu. Algo dentro dela… se agitava. Como se uma fera adormecida tivesse aberto os olhos pela primeira vez.
A garganta de Clarice secou.
Ares respirou fundo.
E então, rosnou:
— Qual o seu nome? — disse com uma