Capítulo 14
O calor da cozinha era sufocante.

Clarice estava de costas, mexendo o grande caldeirão sobre o fogo. Suas mãos tremiam discretamente, o suor escorria pelas têmporas e a respiração parecia presa dentro do peito. As outras ômegas tinham saído para servir o salão. Ela ficara sozinha — como sempre.

Mas então… o mundo parou.

A porta da cozinha se abriu sem cerimônia. Passos firmes. O som de botas contra a pedra. Um frio percorreu sua espinha e ela soube, antes mesmo de virar, que era ele.

O Alfa.

Ares.

Ela virou-se devagar, o olhar preso naquele homem que agora enchia todo o espaço com sua presença. Era maior do que ela lembrava. Mais sombrio. Os olhos dele — âmbar, frios como o inverno — estavam cravados nela como se a despisse até a alma.

Seu corpo inteiro estremeceu. Algo dentro dela… se agitava. Como se uma fera adormecida tivesse aberto os olhos pela primeira vez.

A garganta de Clarice secou.

Ares respirou fundo.

E então, rosnou:

— Qual o seu nome? — disse com uma
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