O amanhecer não trouxe alívio — apenas uma nova camada de incerteza. As nuvens pairavam baixas sobre a vila, como se o céu também respirasse com dificuldade. O vento carregava o cheiro de terra úmida e magia em suspensão. Era como se o mundo aguardasse algo — ou alguém.
Clarice despertou antes do sol, com o corpo ainda latejando da noite anterior, mas os sentidos aguçados. Lyanna estava alerta dentro dela, como se dormisse com os olhos abertos. Ao se sentar na beirada do colchão de folhas trançadas, olhou para o canto da tenda onde Ares ainda dormia, os braços cruzados atrás da cabeça, o peito subindo e descendo em um ritmo firme. Grendor vigiava a entrada, quieto como uma sombra.
— Ele está se aproximando. — disse Lyanna, como quem confidencia um segredo.
— O lobo branco?
— Sim. E ele não está sozinho. A floresta sussurra nomes antigos.
Clarice levantou-se e começou a se vestir com as roupas de treino. Um leve brilho prateado ainda pulsava sob sua pele, consequência da batalha má