O sol nascera preguiçoso naquela manhã, pintando o céu com tons de âmbar e ouro. O anúncio veio cedo, ecoando pelos corredores do castelo: um dia de descanso concedido pelo rei, em homenagem à bravura das matilhas no primeiro ciclo de provas.
Claer ouviu o toque dos sinos com um suspiro silencioso. A guerra interior contra o laço que pulsava em suas veias ainda não dava trégua, mas o pensamento de andar entre as feiras da cidade... era, no mínimo, libertador.
— Vamos até o vilarejo? — sugeriu Nara, já animada. Ouvi dizer que os humanos fazem doces incríveis com frutas flamejantes e vinho escuro.
Claer sorriu com os lábios, o rosto ainda marcado por uma expressão controlada.
Ashen apareceu logo depois, com aquele ar preguiçoso e perigoso que sempre carregava.
— Se Claer for, vou também. Um dia sem treino é um bom dia.
— Você só quer me ver experimentando frutas com gosto estranho, retrucou ela, com um olhar de canto.
— Exatamente. Ele piscou.
Ao longe, Ares observava. Em silêncio. D