O salão real exalava poder e beleza em partes iguais. Lâmpadas de cristal encantado lançavam reflexos suaves sobre as longas mesas repletas de iguarias. O cheiro de especiarias, vinho e metal formava uma névoa invisível no ar. Havia riso contido, trocas de olhares e competição no ar — todos os instintos dos lobos estavam aguçados.
Ares estava entre os seus, em pé como uma estátua viva. Vestia preto e prata, a postura ereta e o olhar atento, sempre alerta. Parecia calmo. Era parte da sua máscara — aquela que usava desde o dia em que a perdeu.
As trombetas soaram, e o salão caiu num silêncio profundo.
A escadaria banhada em ouro reluziu à medida que a comitiva real descia. O rei Kaelith e a rainha Lysendra vinha à frente com imponência, ladeado pelos generais reais. Mas todos os olhares, todos os corações e feromônios pareceram se alinhar quando ela apareceu.
Claer.
Nada nela denunciava a loba rejeitada e ferida de outrora. Agora, ela era pura autoridade e sensualidade — a guerreira de