272. Onde nunca deveria ter voltado
Lucas Park
Não me orgulho das decisões que tomei ao longo da minha vida, mas também não me arrependo de nenhuma delas. Por mais que eu tenha errado em muitas ocasiões, foram essas escolhas — mesmo as mais impensadas e brutais — que me levaram exatamente aonde estou agora. Sim, errei, e errei muito. Mas, se pudesse, faria tudo de novo, sem hesitação. Pode chamar de imprudente, irresponsável ou até mesmo de desalmado, eu realmente não me importo. Continuo a acreditar na máxima de Maquiavel, de que os fins justificam os meios. E se o meio para a ter ao meu lado significa destruir tudo e todos, então ficarei feliz em ser o grande mal deste mundo, se for o preço a pagar.
Foi exatamente naquele instante, ao pisar naquele lugar que chamávamos carinhosamente de “arena” — um espaço infernal, onde as disputas eram resolvidas longe do olhar crítico da sociedade — que decidi abandonar tudo aquilo que um dia lapidei em mim mesmo. Chegou a hora de deixar para trás todo o teatro que const