Lucas Park
Caminhei para dentro do lugar, ignorando os olhares que insistiam em pousar sobre minha nuca, cada vez mais penetrantes, como se cada pessoa ali quisesse decifrar meus segredos. Enquanto avançava, ouvi os passos deles me seguindo, um som cadenciado que ecoava pela vastidão do espaço abandonado.
Levantei o olhar para examinar o ambiente e constatei que continuava exatamente como eu me lembrava: dezenas de colunas de concreto bruto, adornadas por pequenas luzes amarelas que eram a única fonte de iluminação naquele recinto esquecido pelo tempo, e sete poltronas dispostas em forma de meia-lua, abaixo de um letreiro entalhado na madeira maciça com a frase “pela honra e pela glória”.
Ao fixar meus olhos naquele chão empoeirado, um turbilhão de memórias invadiu minha mente. Lembrei-me da primeira vez que estive ali, do juramento que fiz a mim mesmo de jamais voltar. E, no entanto, lá estava