Gabrielle
Ele continuava me encarando, mesmo depois de nos sentarmos no vagão vazio. Ele de um lado, eu do outro. Um de frente para o outro, com o silêncio cortante nos envolvendo.
Mas a conversa continuava acontecendo—nos olhares sustentados, nas respirações contidas. Era como se estivéssemos esperando para ver quem cederia primeiro. Quem teria coragem de dizer em voz alta aquilo que ambos já sabíamos.
Ou talvez… apenas eu fosse covarde demais para fazê-lo.
Gadreel foi o primeiro a quebrar o silêncio.
— Você terminou com ele na frente de todos nós. — Sua voz soou como um veredito, direta e sem rodeios. — Por que ainda se mantém fiel ao que não existe mais?
Meu corpo reagiu antes mesmo da minha ment