Lucas Park
A palma da minha mão doía pela força com que cravava as unhas na carne. Juro por Deus, se Leslie fosse um homem, eu teria lhe dado um soco bem dado. Como ela teve a audácia de usar a própria filha como isca? Era evidente que colocar nossa empresa no bolso sempre foi seu objetivo desde o começo. E eu, tolo, me permiti acreditar que ela só queria a felicidade de Gabrielle.
Com as mãos fechadas em punhos ao lado do corpo, soltei o ar lentamente. Não era hora de explodir, por mais que cada fibra minha gritasse para acabar com aquilo ali mesmo. Esse não era o meu palco, ainda.
Mas quem sou eu para criticar intenções escondidas sob o véu das boas ações? Eu, que menti, manipulei e ocultei tudo sobre mim mesmo, para conquistar meu espaço ao lado dela. Entre todas as pessoas nesse emaranhado de relações, eu fui, sem dúvida, quem mais escondeu, quem mais usou segundas e até terceiras intenções