Lucas Park
Desde que voltamos, meu pai e eu mal tivemos tempo juntos. Contava os dedos as vezes em que nos sentamos para uma refeição, apenas nós dois. Mas eu não o culpava. Ele era a pessoa mais responsável que conhecia, e, mesmo sabendo que nosso distanciamento não o agradava, entendia que ele apenas respeitava o espaço que acreditava que eu precisava.
Talvez fosse melhor assim. Eu jamais teria conseguido mentir descaradamente naquela forma se meu pai estivesse sempre por perto.
Ele sabia exatamente o quão fundo eu estava cavando o buraco onde me encontrava, mas não interviria, a menos que eu pedisse. Ele confiou na minha capacidade de lidar com os problemas, embora deixasse claro que nunca o fiz da maneira mais eficaz ou correta. Meu pai acreditava em mim, mas discordava profundamente dos meus métodos.
Às vezes, eu também discordava.
Mas