Capítulo 6
David Bellerose Neto
Desde que quase beijei a Lavínia, quase senti de novo o gosto dos seus lábios, meus sentimentos têm travado uma guerra dentro de mim.
Trouxe a Clarisse pra casa achando que poderia sufocar o que ainda sinto, mas foi inútil.
Nem consegui tocar nela, porque não era ela que eu queria.
Não era o perfume dela que me fazia perder o ar, nem o sorriso que meu corpo reconhecia de olhos fechados.
Era Lavínia. Sempre foi.
Depois do caos no café da manhã, vê-la sentir ciúmes me deu uma pontada de esperança.
Mas ver Ben segurando a mão dela... me destruiu.
Foi como assistir alguém arrancar algo que é seu, sem poder fazer nada.
Fiquei parado na sacada, observando os dois.
Quando ele entrelaçou os dedos nos dela, senti o peito ferver.
Meu sangue gritou.
O som do riso dela, o jeito como ela olhava pra ele… era como ácido queimando por dentro.
Soquei a mesinha de ferro, o impacto ecoou pelo ar frio.
Entrei no quarto, tentando conter a raiva que subia feito uma maré.
Dua