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O tempo foi passando.

A reforma na Mansão estava sendo feita,

Virgínia reformou cada canto da casa que agora chamaria de lar. Trocou todos os móveis por alguns mais funcionais e simples, uma vez que os antigos eram muito ostensivos para o gosto dela.

O advogado a ajudava com os assuntos administrativos da empresa, enquanto Laura lhe fornecia assuntos mais coloquiais (as fofocas).

O advogado se tornou um bom amigo. Ele era um homem honesto que auxiliava Virgínia em todos os assuntos da empresa e das propriedades. Ele a aconselhou a vender algumas propriedades e investir o dinheiro, com os juros ela faria uma poupança para o sobrinho e garantiria conforto para Diego.

O menino crescia saudável e feliz, ele era paparicado por Virgínia, Naty, Celso e até mesmo pelo advogado, todos adoravam o garoto que era protegido e muito amado.

Às vezes, Virgínia olhava para Diego e tinha medo que os Romano os descobrisse, que Fred o tomasse dela. Precisava construir um forte em torno da criança, para que nada de mal o atingisse, incluindo a família paterna.

Além disso, ela esperava um dia se vingar de Fred Romano, não esquecera que a irmã fora duramente humilhada e difamada naquela família. Um dia, a oportunidade apareceria e ela se vingaria de todo o mal que os Romano fizeram aos Bianchi.

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Foi num fim de semana, depois de exatamente oito meses, que Virgínia percebeu que a chance de se vingar do homem estava mais perto do que nunca. Era um dia de domingo normal, em que ela lia o jornal atentamente, sempre atenta às notícias sobre economia.

Ela precisava estar atualizada para provar aos outros sócios que era capaz de controlar a empresa da avó, pois os homens ainda não aceitavam sua autoridade.

Então, enquanto lia a seção de economia, em uma pequena nota ao pé da página, viu uma manchete que dizia que as ações da empresa Romano na bolsa tinham perdido o valor ultimamente. Negócios escusos e uma batida policial, foram as causas para a queda das ações. Fred Romano estava a cada dia menos rico.

Virgínia fechou o jornal e sorriu. Não seria engraçado se o grande e poderoso Fred Romano precisasse da ajuda de alguém para reerguer sua empresa? Ela olhou para o berço de Diego e jurou que se vingaria do tio dele, não importava o quanto custasse.

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Dias Atuais…

Virgínia esperava, impaciente, a chegada do advogado. O homem marcara a reunião para as 08:00, mas meia-hora depois o homem ainda não aparecera.

Naqueles cinco anos, a vida de Virgínia mudara completamente. De uma simples moça do interior, virara uma empresária do ramo dos cosméticos.

No início não foi bem recebida pelos outros sócios, mas aos poucos foi conquistando cada um e provando sua capacidade. Sempre estudou bastante, queria provar sua capacidade e conseguiu. Cursou administração de empresas e já estava formada há um ano. Não precisava mais de ajuda, mas mantinha Alberto sempre perto, pois ele era um ótimo conselheiro e amigo.

Diego completara cinco anos recentemente. Ela tivera muita ajuda para conciliar a empresa, a faculdade e os cuidados com o menino. Naty e Celso eram anjos em sua vida. Além disso, Márcia fora morar com eles depois que Diego fizera um ano, a amiga da mãe era uma ótima amiga e amava o menino.

Desde cedo, Virgínia disse ao sobrinho que era sua tia, não sua mãe. Às vezes a criança perguntava pelos pais e Virgínia lhe explicava que eles estavam no céu, cuidando dele de lá. O menino entendia e logo esquecia o assunto.

- Bom dia. - o advogado disse entrando no escritório de Virgínia e a despertando dos pensamentos.

- Bom dia, Alberto. - ela respondeu e sorriu.

- Desculpe o atraso. Precisei fazer alguns ajustes no contrato que você me pediu. - ele entregou um envelope para a moça – Virgínia, você tem certeza de que fará isso?

O amigo e advogado parecia muito contrariado.

Ele tinha discordado daquele plano desde o início.

- Sim. - respondeu, convicta – Farei do jeito que combinamos.

O homem a fitou, preocupado. Virgínia acompanhara as notícias sobre a falência da empresa Romano. Em cinco anos, várias filiais foram sendo fechadas, o império do poderoso Fred Romano ruiu, lentamente, até que, há um mês, o empresário decretou falência.

Virgínia, ao contrário, tinha feito a empresa de cosméticos da avó crescer. Os negócios foram expandidos e agora ela era dona de um império. Decidiu que a falência dos Romano seria o caminho para a sua vingança. Faria Fred Romano sofrer, por tudo que fizera com sua irmã.

Ele rastejaria, pediria, imploraria por ajuda.

- Como você pode ter certeza que ele aceitará sua proposta?

- Ele vai. Um homem como ele faz tudo para salvar os negócios. - Virgínia garantiu – Você já entrou em contato com ele?

- Sim. A reunião está marcada para amanhã. Às 08hs da manhã.

- Perfeito. - Virgínia disse e sorriu, satisfeita.

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FRED

O homem alto de cabelos fartos e negros olhava o céu por detrás da janela de seu escritório. O mundo lá fora continuava seu curso habitual, enquanto ele já não se sentia o mesmo há anos.

A empresa que ele construíra estava desmoronando. Denúncias de contrabando, batidas policiais, fizeram com que ele perdesse parceiros comerciais, em seguida perdeu sócios e, agora, ele tivera que decretar falência. Falhara.

Além disso, a morte do pai há cinco anos e a do irmão há seis anos, foi o início do fim.

Estava pobre.

Falira.

Fred pensou na mensagem que Tim, seu amigo e sócio, lhe passara de manhã. Uma empresa de cosméticos queria comprar a empresa Romano, a reunião seria no dia seguinte.

Ele não entendia porquê uma empresa da área de beleza teria interesse em sua empresa, mas eles não estavam na posição de escolher. Tinha funcionários e a família que dependia dele.

A mãe nem imaginava a situação em que a empresava estava, pois se imaginasse a mulher entraria e depressão.

Decidiu que já estava na hora de ir para casa. Precisava se preparar para a reunião do dia seguinte, pensar no que falaria, escolher a abordagem que usaria para convencer ao dono da empresa de cosméticos a salvar a empresa e deixá-lo a frente dos negócios.

Chegou em casa alguns minutos depois e foi recebido pela irmã, Alexia. A mulher baixinha de cabelos lisos e curtos, sorria para ele. Fred sabia que ela conhecia a situação da empresa, embora não demonstrasse.

- Como vai, irmão?

- Tudo bem, irmã. Onde mamãe está?

- No jardim, como sempre. - ela revirou os olhos – Vou pedir a Ada para servir o jantar.

- Tudo bem, preciso falar com você e mamãe depois. Precisamos conversar sobre a empresa. – avisou.

Alexia assentiu e foi para a cozinha, enquanto o homem subiu as escadas e foi para o escritório. Explicaria tudo à família naquela noite, esperava que eles, principalmente a mãe, entendessem a situação e o apoiassem na decisão que tomara de pedir ajuda.

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