No dia em que decidi doar meu corpo para a ciência, minha família se reuniu ao redor da minha irmã adotiva, Hailey, celebrando sua aceitação em um programa de tratamento experimental de ponta. Quem deveria ter câncer no cérebro era eu. Mas Hailey usou a posição do meu marido Zane no hospital para trocar seus exames médicos saudáveis pelo meu diagnóstico terminal, roubando a única chance que eu tinha de sobreviver. E a pior parte? Todos a aplaudiram. A dor se tornou insuportável. Lutei para me manter presente, apenas para ouvir as enfermeiras sussurrando: — Ainda bem que o Dr. Zane garantiu aquela vaga para Hailey. Disseram que ela só tinha três dias de vida. Então, nas últimas 72 horas da minha vida, silenciosamente deixei tudo para trás. Quando dei a Hailey os manuscritos originais dos meus romances nos quais havia derramado meu coração e alma, meu pai e irmão me deram um sorriso satisfeito. Quando Zane decidiu realizar o último desejo de Hailey se casando com ela, ele me entregou os papéis de divórcio. Assinei sem hesitar um momento. Ele suspirou e me elogiou por finalmente estar sendo "tão sensata". E quando fui eu quem convenceu nossa filha, Olivia, a chamar Hailey de "Mamãe", Olivia se derreteu dizendo que sua nova mãe era a melhor. — Não se preocupe. — Zane me tranquilizou. — Estamos apenas guardando por enquanto. Assim que ela se for, tudo voltará para você. Dei a Hailey tudo que eu tinha, exatamente como eles queriam. Então por que, quando descobrem que tudo isso foi uma mentira viciosa de Hailey, eles vêm chorando, dizendo que era eu quem eles queriam desde o início?
Leer másDepois que tudo foi resolvido, Zane voltou do trabalho para o apartamento vazio e desabou no sofá de couro.A foto de Clara estava na mesa de centro.Ele encarou silenciosamente a imagem. Na moldura, ela estava sorrindo gentilmente, seus olhos claros e brilhantes.Era como ela parecia quando se conheceram pela primeira vez.Mas agora, parecia uma vida inteira atrás, como se ele só tivesse conhecido o amor dela em outra vida.Ele não merecia um amor tão bom. Não nesta vida.Zane fechou os olhos. A dor de perder Clara estava apenas começando a realmente dilacerar seu coração.A verdade era uma navalha, cortando sua alma.Ele finalmente entendeu o significado do arrependimento.A porta se abriu. Era Olivia.Ela havia acabado de chegar da escola e imediatamente viu a foto de Clara na mesa.Lágrimas instantaneamente brotaram em seus olhos.— Papai, a Mamãe realmente morreu? — A voz de Olivia tremeu.Zane olhou para os olhos inchados de sua filha, seu coração se contorcendo no peito.— Olivi
O pai de Clara encarou a evidência na mesa, suas mãos tremendo.O texto preto e branco embaçou diante de seus olhos, cada palavra uma nova punhalada de culpa.Hailey havia planejado cada passo, e cada lágrima havia sido uma encenação.E ele, o pai dela, havia pessoalmente empurrado sua própria filha para o abismo.Ele nem sequer esteve lá nos momentos finais dela.Droga! Droga tudo!Sua compostura se despedaçou. Ele se levantou bruscamente, apenas para desabar de volta na cadeira.Ele cobriu o rosto, seus ombros balançando violentamente enquanto soltava um soluço estrangulado, tão desesperançoso quanto uma criança que havia perdido tudo.Zane encarou em branco o testamento em suas mãos.Não havia menção dele ou de sua filha, Olivia.Apenas declarava que todos os bens de Clara seriam doados para caridade.Estava claro que Clara nunca o havia perdoado.Quão desesperada ela deve ter estado no final, para nem sequer mencioná-lo ou Olivia?Hailey ficou congelada, seu corpo gelado, seu coraç
Por três dias silenciosos, Zane se trancou em seu escritório, estudando os relatórios médicos de Clara repetidas vezes.Olivia pairava do lado de fora da porta, querendo bater mas com medo demais.Ela era jovem, mas podia sentir que a atmosfera da casa havia mudado.E ela sabia que essa mudança tinha algo a ver com sua mãe.Mas Olivia se recusava a acreditar. Sua pintura premiada ainda estava na mesa, esperando o elogio de sua mãe...Olivia abraçou os joelhos, sentada no chão do lado de fora da porta. Lágrimas brotaram em seus olhos, mas ela não ousou deixá-las cair.Ela só podia escutar os sons de Zane quebrando coisas lá dentro.Justo quando Zane rasgou o último relatório em pedaços, a campainha tocou. Era uma mulher de terno elegante.Ele olhou pelo olho mágico, pretendendo ignorar, mas a campainha tocou novamente, persistentemente.Zane abriu a porta com irritação. A mulher diante dele tinha uma expressão séria e segurava uma maleta.— Dr. Zane Pierce?— Meu nome é Jessica. Fui adv
Zane ficou congelado, incapaz de se mover.Certidão de óbito?Zane agarrou Martinez pelo uniforme.— Tem certeza de que não está enganado? O que você quer dizer, uma certidão de óbito?Martinez pareceu surpreso.— Não há engano. Os documentos estão todos aqui.— Zane, a morte de sua esposa foi registrada na Ilha Bainbridge quatro dias atrás. Já foi processada.— E sua esposa tinha um advogado. O advogado cuidou de todo o registro.Sua esposa, que havia estado bem na frente dele apenas alguns dias atrás, estava... morta.As pernas de Zane cederam, e ele desabou na cadeira dura e fria.Demorou muito para o pai de Clara processar as palavras.Então o telefone de Clara não estava apenas desligado. Ela realmente... se foi.Ethan agarrou o braço de Martinez.— Oficial, minha irmã foi assassinada? Vocês pegaram o assassino?Martinez balançou a cabeça.— O relatório diz que foi câncer cerebral em estágio terminal. O advogado dela não disse muito, apenas que estaria notificando a família em alg
O pai de Clara estava sentado curvado no sofá de couro, seus olhos encarando o vazio.Seu filho, Ethan, teve que chamar seu nome várias vezes para trazê-lo de volta à realidade.— No que você está pensando? — A voz de Ethan estava pesada de exaustão.Seu pai se sobressaltou.— Conseguiu falar com Clara?Ethan balançou a cabeça.— Ainda desligado. Já são quatro dias.— Isso não é típico dela.Os dedos de seu pai tamborilavam inquietos no braço do sofá.No dia em que Clara assinou os papéis de transferência e arrumou o quarto de Olivia, ela simplesmente desapareceu.Sem tchau, sem explicação.Ela simplesmente sumiu.A Clara de antes nunca teria feito isso. Ela poderia ficar com raiva, fazer um silêncio de tratamento, mas nunca desapareceria completamente.A menos que... algo tivesse acontecido com ela.Seu pai se endireitou.— Há quanto tempo exatamente Clara desapareceu?Ethan esfregou as têmporas.— Quatro dias. Quatro dias inteiros.Um nó de pavor se apertou no peito de seu pai.Na ma
O rosto de Hailey era uma máscara de fúria enquanto tentava ligar para Clara.O telefone tocou e tocou, mas ninguém atendeu. Finalmente, foi para a caixa postal.— Droga, droga! — Hailey gritou, perdendo o controle ali mesmo na calçada.Ela sempre havia visto Clara como uma capacho sem espinha dorsal que podia pisar em cima. Nunca imaginou que a vadia a prejudicaria no momento mais crítico.O que ela ia fazer? Se não conseguisse o dinheiro...Todas as evidências de seus crimes seriam expostas. Até lá, seria tarde demais.A fachada perfeita que havia passado anos construindo para o pai, irmão e Zane de Clara seria despedaçada.Depois de se forçar a se acalmar, ela chamou um táxi para o hospital.Ela tinha que aparecer para sua suposta rodada final de quimioterapia.Em pouco tempo, o pai e irmão de Clara, Ethan, entraram no quarto do hospital.Hailey, fingindo que nada estava errado, os cumprimentou com um sorriso.— Pai, Ethan, vocês estão aqui!— Hailey? Por que você está fora da cama?
Último capítulo