Meus pés mal tocavam o chão enquanto eu corria. O vestido se prendia entre as pernas, os galhos arranhavam meus braços e rosto, mas nada me fazia parar. Eu precisava sair dali. Precisava fugir daquela sensação sufocante que Damon deixava para trás como uma marca invisível. Uma maldita tatuagem que queimava sob a pele.
A floresta se fechava ao meu redor, densa, escura, com o cheiro de terra molhada e folhas apodrecendo. O frio da noite se misturava ao calor que ainda vibrava no meu corpo, uma herança daquele quase beijo. Do toque dele. Do olhar.
Eu devia odiá-lo. Devia estar amaldiçoando cada passo que ele deu em minha direção. Mas tudo o que sentia era um turbilhão enlouquecedor. Medo. Desejo. Raiva. Tensão. Um caos que não fazia sentido.
Achei que, ao entrar naquela floresta, teria alguma chance. Que ele não ousaria me seguir. Mas a verdade é que eu o subestimei.
— Está fugindo de mim, Elara?
A voz dele ecoou atrás de mim como um trovão abafado. Parei de correr, mas não me virei. Fec