Kain aproxima o rosto, e nossos narizes quase se tocam. Ele encosta a testa na minha.
— Agora sim... — sussurra.
— Crocodita. — Resmungo
Fecho os olhos por reflexo, tomada pela intensidade do momento. Meus dedos se fecham no tecido do manto, tentando encontrar alguma âncora.
Ele se aproxima mais, como se não houvesse espaço suficiente entre nós — e talvez realmente não haja.
Quando nossos lábios se tocam, é com uma lentidão dolorosa.
O beijo começa suave. Um roçar terno de boca contra boca. Há fome ali. Desejo contido.
Meus dedos sobem por instinto, tocando seu peito firme sob a camisa. O calor do seu corpo atravessa o tecido e me faz esquecer quem eu sou.
As mãos dele deslizam pela minha cintura com firmeza, e antes que eu entenda o que está acontecendo, ele me puxa para seu colo. Solto um gemido, por reflexo, entrelaço minha perna em torno de sua cintura. Me apoiando com as costas contra a parede, ele intensifica o beijo.
Me perco.
Me perco no calor, no toque, no cheiro dele, no mo