— Nós não vamos.
— Nós vamos.
Kain e eu falamos ao mesmo tempo.
— Não vamos, Selene. É perigoso demais. E se o que ela disse for verdade, ainda tem a barreira de proteção para atravessar.
— Vamos mesmo assim — respondo, firme. — Ficar aqui não vai resolver nada.
Kain me lança um olhar carregado de raiva.. Cruza os braços e se encosta com força no tronco de uma árvore.
— Nós não vamos, ponto final.
Dou um passo à frente, sentindo a fúria subir pela garganta. Cruzo os braços também, imitando sua postura, e não desvio o olhar nem por um segundo.
— Você é meu parceiro, não meu dono. E se quiser ficar aqui, fazendo birra feito uma criança teimosa, por mim tudo bem.
Kain avança dois passos, o maxilar travado, o semblante tão fechado como um dia chuvoso.Irresistivelmente perigoso. É absurdo, mas essa expressão de fúria o deixa ainda mais bonito. Ele está tão perto agora que preciso me concentrar para não vacilar. Minhas pernas ameaçam ceder — não de medo, mas de... algo que prefiro não nomea