Salva pelo gangster
Salva pelo gangster
Por: SadAne
Prólogo

Ela ainda podia ouvir o som das risadas, a cara vermelha pela humilhação foi o que fez ela continuar, tinha que sair dali. Não! Precisava sair dali, de repente, era como se não pudesse respirar. Ela sentia dor, e era uma dor difícil de ser tratada, era uma dor na alma.

Levará tanto tempo para se sentir bonita, sentir que era especial de alguma forma! Fora muito idiota, ao imaginar que alguém como Leandro Ferraz a olharia de outra forma. A olharia como mulher! Logo ele que tinha todas aquelas beldades ao seus pés, e ela totalmente fora do padrão estabelecido, tinha acreditado… como ela era burra! O intuito dele era humilhá-la e ela tinha deixado, tinha permitido aquilo.

Sempre fora apaixonada por ele, toda sua vida! Desde que se reconhecia por gente. Ele foi uma presença constante na sua vida, seus pais muito ocupados para cuidar dela, a deixava sozinha com os empregados e naquela época, sendo vizinha da família Ferraz, brincava com o menino bonito… Leandro, eles tinha sido amigos quando criança, e já na pré-adolescência, tinha ciência que gostava dele. Embora, foi nessa época que ele parou de ter qualquer contato com ela… foi nessa época também, época dos hormônios, que virou a garota gordinha da sua turma de colégio.

Sabia que era uma idiota, mas a contestação do fato a deixou fora de órbita. Como queria poder voltar atrás e nunca ter caído no jogo de Leandro. Ainda se lembrava das palavras amargas e da satisfação que ele tinha no olhar quando ela se mostrou humilhada. Afinal era aquele o objetivo dele.

Não sabia o que tinha feito para as pessoas daquela cidade, e nem o porquê eles faziam questão de olhá-la torto, ou se encolher de medo quando ela se aproximava. Era bem verdade que tinha um relacionamento de longa data com os Ferraz, de amizade, ou achava que tinha uma amizade com Leandro. Sim, agora ela sabia. Era a imaginação da cabeça dela. E era essa amizade que provavelmente deixavam todos com medo, afinal Noah Ferraz era o feroz líder da gangue de motoqueiros da cidade, mas o que o irmão mais velho da família poderia fazer quando uma pessoa próxima era tratada de uma maneira errada?

A verdade é que só virá Noah, uma vez na vida, e duvidava que ele tomasse as dores dela nessa situação. Afinal era o irmão dele que a tinha humilhado. As lágrimas agora caiam em abundância, queria poder dizer que foi forte, que não se permitiu chorar por quem não valia a pena, mas aquela não era a verdade, ela estava no meio da rua, chorando como uma maluca, se sentia fora de si.

Atordoada, entrou na frente dos carros e escapou por pouco de ser atropelada, continuou a andar, mas de repente se sentiu perdida, afinal aquela não era mais a cidade que ela conhecia, dez anos longe tinha feito com aquele lugar fosse desconhecido para ela, e agora aquelas pessoas a odiava e se divertia com sua dor.

Se abraçou tentando se manter firme, como se aquele movimento pudesse fechar o buraco que tinha se aberto dentro dela. Era irracional, ela sabia. Mas já tinha lidado com dores piores. Só esperava que dessa vez, mesmo com a humilhação aquela dor fosse embora logo. Estava cansada de sofrer, cansada de ser sozinha, cansada de ser chacota dos outros! Estava simplesmente cansada.

— Ei gordona — ouviu alguém gritar, se encolheu com a dor que as palavras lhe causaram, ela era mais do que aquilo, e antes daquela noite, tinha feito tanta terapia para conseguir se amar e se sentir bem, mas parecia que naquele momento nada disso importava — Baleia, eu tô falando com você — o homem maldoso estava perseguindo ela, e era pior do que ela imaginava, sentiu vontade de chorar mais, mas continuou andando.

Agora andando mais rápido, rezou para que passasse alguém de bom coração e a salvasse de mais uma humilhação. Seu coração acelerado, lhe dava a dica de que aquilo estava realmente acontecendo e que ninguém ligava. O que de fato, era verdade! Ninguém se importava com ela, ela não era querida e importante na vida de ninguém. Nunca fora, nem dos pais dela, que achavam que a riqueza que ostentava era o suficiente para a única filha que tinha. Então eles a deixaram sob o cuidado das babás, e quando curtiam a vida, até que sofreram um acidente e deixaram a única filha sozinha.

Voltou a realidade, andando mais rápido, atravessou a rua novamente, sem se importar com os carros, não enxergava nada por causa das lágrimas, mas ouviu buzinas e xingamentos maldosos, tentou não se focar naquilo, sabia que ainda estava sendo seguida. Tentou correr até o ponto de táxi, na esperança de que aquele momento ruim acabasse logo.

— Ei, você não vai me ignorar — sentiu seu braço ser puxado com violência, trincou os dentes com força, quando sentiu a dor pungente no local, sabia que ficaria roxa — Mulheres bonitas nunca me ignoram, quem dirá você — ele zombou, ele era tatuado, e extremamente alto, fisicamente atraente, mas ela sentiu nojo ao olhá-lo, como alguém tão bonito poderia ser tão nojento? Não sabia dizer! Só sentiu extrema repulsa, e o bolo na garganta subir com força, lembrando-a que tinha bebido demais e estava a ponto de um colapso — Quem você pensa que é… — antes que ele terminasse, uma mão rompeu o ar, desferindo, um soco no maxilar daquele que a fazia cativa. Por um momento ela ficou travada, como se aquilo fosse irreal demais, alguém tinha vindo salvá-la? Alguém se importou o suficiente para que isso pudesse acontecer? Fechou os olhos, quando a mão do homem que estava travado em seus braços, desceu puxando com força sua pele. Sabia que naquele momento sua pele ficaria azul e demoraria para fazer o hematoma sumir.

— Que porra Noah! — o homem gritou, parecendo apavorado. O nome do homem a fez travar, sabia exatamente o que aquele homem representava. Noah era sinônimo de encrenca e para ele ter salvado, ele sabia exatamente quem ela era. Corou forte, sabendo que ele sabia da sua humilhação.

— Vamos — o homem comandou, lhe oferecendo uma de suas mãos. Por um momento, ela se permitiu pensar na última vez que o virá, ele tinha 21 anos e ela 8, ele sequer tinha olhado duas vezes, estava de partida para a faculdade, depois de uma discussão com a mãe dele. Era a festa de Leandro e todos ficaram assustados de vê-lo ali, depois ficara sabendo através de fofocas que ele estava assumindo uma gangue local.

Ela o olhou, vendo seus olhos negros lhe olhando de volta, ele era tatuado, todo vestido de negro, esbelto, sexy e atraente. E ela sabia exatamente o que ele era.

Noah Ferraz, o líder da gangue de motoqueiros. Irmão de Leandro, seu algoz.

Sigue leyendo este libro gratis
Escanea el código para descargar la APP
capítulo anteriorcapítulo siguiente

Capítulos relacionados

Último capítulo

Explora y lee buenas novelas sin costo
Miles de novelas gratis en BueNovela. ¡Descarga y lee en cualquier momento!
Lee libros gratis en la app
Escanea el código para leer en la APP