Volkov agiu sozinho. Ninguém na terra pode me ajudar a achá-la.
Então, abandono o carro de qualquer jeito no asfalto e desço para a minúscula faixa de areia em meio às pedras do costão rochoso que cerca a cidade.
A noite está fria e úmida, mas aqui, com a energia da natureza e a solidão, eu tenho a maior chance de encontrar quem eu preciso.
— Gabriel! — grito para o céu, com toda a força que meus pulmões encontram. — Onde ela está?!
E as ondas parecem bater com mais força nas rochas, espirrando em mim, misturando meu desespero com sal e vento. As gaivotas gritam e mergulham, buscando comida.
Nenhuma resposta.
— Seu cretino maldito! — viro para o outro lado, procurando qualquer sinal da luz dele. — Me diga onde ela está!
Meu corpo desaba. Os joelhos afundam na areia úmida, e a dor que rasga o meu peito me faz curvar o tronco. Parece que estão arrancando as minhas costelas uma de cada vez, porque eu mal consigo respirar.
A raiva e a impotência estão subindo pela garganta como um vômit