O sol de primavera tocava suavemente as janelas da casa, entrando como um beijo cálido em cada canto. Dois meses haviam se passado desde o nascimento de Esperança, e o resguardo de Isadora finalmente chegava ao fim.
Ela se olhava no espelho com outro olhar agora — ainda havia marcas do puerpério, mas também havia brilho nos olhos, força nos ombros, e um sorriso de mulher renascida. Estava redescobrindo seu corpo, sua energia e seu lugar no mundo, agora como mãe e mulher.
Fernando, por sua vez, observava tudo com aquele olhar devoto, que parecia dizer o tempo todo: "Ela é minha força."
Mas o que nenhum dos dois esperava… era que naquele fim de manhã, logo após uma troca de fralda atrapalhada com o pai e um banho delicioso dado por Isadora, Esperança soltaria o seu primeiro riso verdadeiro.
Foi agudo, cheio, encantador.
Isadora, ainda com a toalhinha na mão, se virou com os olhos arregalados.
— “Fernando… você ouviu isso?!”
Ele estava de joelhos no tapete, brincando com uma pelúcia de ur