✈️🌒O sol ainda nem havia nascido completamente quando os carros pretos seguiram em comboio silencioso até o aeroporto clandestino da Trindade, um espaço escondido entre montanhas e vinhedos, usado pela máfia para viagens discretas e seguras. O ar da madrugada era fresco e levemente úmido, e as luzes da pista cortavam a escuridão como espadas luminosas.
Paolo estava de terno, mesmo viajando. Um hábito dele — sempre elegante, sempre no controle. Mas naquela manhã, seu olhar estava mais suave, quase nostálgico. Ao seu lado, Isadora usava um sobretudo bege, com Esperança dormindo nos braços, bem aconchegada no cobertor. Fernando estava logo atrás, com os irmãos, Leonardo e Fellipo.
— “Se eu soubesse que ter filha te deixaria tão mole, teria mandado você ser pai antes,” provocou Fellipo com um sorriso.
Paolo riu e abraçou Isadora com força.
— “Se cuida, minha irmãzinha. Você se superou, sabia? Criou uma vida. Fez um lar. E me deu esperança — literalmente.” Ele beijou a testa da sobrinha.
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