Capítulo 66
Luca Black
Derrick voltou rápido, limpando o suor e o sangue seco da testa, ainda arfando da correria.
— Nada, Don. Vasculhei o quarto inteiro. Nenhum bebê, nenhuma armadilha.
Não respondi de imediato. Entrei no quarto, os olhos atentos, varrendo cada detalhe. O silêncio era tão denso que o som das minhas botas no assoalho parecia ecoar.
A cama estava impecável demais, lençóis esticados, travesseiros alinhados. Mas o que me fez parar não foi isso — foi o cobertor rosa, dobrado com cuidado sobre a colcha. Pequeno, macio, cor de algodão-doce.
Me aproximei devagar, peguei-o nas mãos. O tecido ainda tinha cheiro de amaciante, nada de poeira ou umidade. Esse detalhe ficou gravado em mim.
Olhei ao redor: armários já abertos, gavetas reviradas, nada. O choro que ouvira antes tinha sumido, evaporado como um fantasma.
— Prosseguimos. — ordenei, jogando o cobertor de volta sobre a cama.
Derrick deu o sinal aos homens. Voltamos ao andar de baixo. O trabalho sujo