Sábado,semanas depois....
O bastão plástico me mostrando lentamente o risco rosa surgindo e depois o outro me desesperam. O banheiro, com suas paredes frias e silenciosas, parece se fechar ao meu redor. Eu pisco quando as lágrimas embaçam meus olhos.
Grávida!
Em transe, fico olhando o bastão, sentindo meu coração afundar no peito. Então me dou conta de que estou, de algum modo, ligada a Okan para sempre. Agora, não só as lembranças dele me atormentarão, mas um filho dele será um lembrete constante da minha inconsequência.
Passo a mão nos olhos, limpando a cascata de lágrimas que desce pelo meu rosto. Pelos meus cálculos, estou com dois meses de gravidez. Fiquei um mês tendo mal-estares, mas fechei os olhos para a realidade. Afastei os pensamentos de que eu pudesse estar grávida e insisti em achar que era apenas uma gastrite. Era mais fácil lidar com a turbulência dos meus sentimentos do que encarar uma gravidez. Meu ciclo sempre teve atrasos significativos, mas nunca de um mês inteiro. Isso foi o que me levou