O desaparecimento de Elias Guerra fora como uma ducha de água fria sobre todos. Na sede do Montenegro Group, o ar estava carregado de tensão. Júlia passava as mãos pelos cabelos, olhos fixos nos arquivos ainda abertos no monitor. Cada palavra, cada cifra, parecia dançar diante dela, mas não trazia as respostas que tanto buscava.

— Eles o levaram pra nos calar. — disse ela, finalmente. — Mas não vão conseguir silenciar a verdade.

Caio, ao seu lado, mantinha a postura rígida, mas seu olhar o denunciava: raiva e frustração borbulhavam por dentro. Ainda assim, seu tom era calmo.

— Elias nos deixou um arsenal. Agora é hora de usá-lo. Começamos a liberar tudo em doses cirúrgicas. Um documento por vez, uma prova por semana. Vamos controlar o ritmo da tempestade.

Júlia assentiu. Ela entendia: se lançassem tudo de uma vez, corriam o risco de parecerem sensacionalistas ou manipuladores. Mas se a verdade viesse em ondas, cada vez mais fortes, seria impossível ignorá-la.

Naquela mesma tarde, uma