Marvila passou o dia imersa em uma tristeza profunda, sentindo-se vulnerável e sensível, uma condição agravada pelos hormônios remanescentes da gestação. O terror trazido pela notícia do ex, somado à frieza e ao desaparecimento de Dom, a deixou emocionalmente exausta. Ela limpou a casa obsessivamente, buscando na faxina uma forma de organizar o caos interno.
À tarde, buscando um momento de ar fresco e uma pequena distração, ela foi à padaria. Na volta, guiada pela gentileza da última vez, parou no portão dos vizinhos para deixar o pão para as crianças. Apenas o menino estava em casa, e ele aceitou o presente com um misto de apreensão e gratidão. Marvila sorriu, mas sentiu um arrepio de mau pressentimento ao se lembrar da tensão que o ambiente transmitia.
De volta à segurança (ou prisão) da casa de Dom, ela ficou pensativa. Ele não havia mandado uma única mensagem o dia todo. Nem um "está tudo bem?", nem um "cheguei na empresa". Dom simplesmente desapareceu.
Depois do horário de almoço