A confissão de Marvila, de que preferia não casar a viver de aparências, atingiu Dom no ponto exato onde ele era mais vulnerável: a necessidade de ter uma vida "normal" para sua filha. Ele havia oferecido o mínimo e ela recusara, exigindo, paradoxamente, tudo ou nada.
Dom sentou-se na beira da cama, com a cabeça baixa. Ele se sentia exausto de lutar contra a própria escuridão e, naquele momento, era mais fácil concordar.
— Tudo bem, Marvila. — ele disse, a voz baixa e sem emoção. Se essa é a sua decisão, eu a respeito. Não há casamento. O acordo será apenas sobre a convivência e a Aninha.
Marvila sentiu um novo aperto no peito, mas se manteve firme. Se não haveria casamento, ela precisava de algo mais para si.
— Eu preciso de mais do que só viver bem as suas custas. — ela declarou, olhando para ele com determinação.
— Eu quero a minha independência. Eu quero voltar a estudar e, em breve, quero trabalhar. Não quero ser apenas sustentada. Quero me sentir útil, além da Aninha.
Dom não h