Alguém que um dia amamos pode se tornar um obstáculo cruel no nosso caminho. Paulina... Ela era exatamente isso agora. Um fantasma do passado que se recusava a desaparecer. E por mais que eu quisesse poupá-la de mais dor, estava cada vez mais difícil protegê-la sem trair a mulher que agora eu amava.
Tudo estava de cabeça para baixo. A cada dia, Paulina parecia mais confusa, mais determinada a reconstruir um passado que não existia mais. E eu, no meio disso, tentando ser justo, tentando manter Esther em paz, mesmo quando tudo em mim gritava por proteção e fuga.
No fim de semana, decidi escapar. Levei Esther e os meninos para minha casa em Fernando de Noronha. Precisava respirar. Precisava lembrar o que ainda fazia sentido.
Paulina tentou vir, claro. Mas dessa vez fui firme.
- Não, Paulina. Não dessa vez. - Minha voz foi seca, mas necessária.
Ela me olhou como se eu estivesse traindo promessas feitas num tempo que já não existia. Mas era isso ou enlouquecer de vez.
Na praia, o céu parec