Duas semanas.
Quatorze dias inteiros sem ver Alejandro. Sem ouvir sua voz, sem sentir o olhar dele queimando sua pele. Desde a alta de Isadora, ele simplesmente desapareceu. Como se tivesse sumido da cidade.
Natalie achava que aquilo era o certo. Que precisava mesmo de distância. Mas cada silêncio deixado por ele ecoava com mais força. Cada manhã em que ela entrava no hospital e não o via pelos corredores parecia mais vazia. Mais errada.
Ela tentava se convencer de que era melhor assim. E era. Em teoria.
Só que, por mais que repetisse isso, o nome dele não saía da cabeça. E toda noite, quando encostava a cabeça no travesseiro, era a memória do toque dele — firme, urgente, cheio de algo que não se podia fingir — que a fazia perder o sono.
Naquela tarde chuvosa de sexta-feira, Natalie encerrava seu plantão quando uma das enfermeiras lhe entregou um envelope.
— Isso chegou pra você, doutora — disse, antes de se afastar.
O papel era simples, mas a caligrafia, inconfundível.