Natalie ficou ali, imóvel no corredor, como se os passos de Alejandro ecoassem dentro dela. Ele se afastava fisicamente, mas deixava um rastro de caos impossível de apagar.
Ela respirou fundo, tentando reunir o mínimo de força para voltar ao trabalho. Precisava voltar a ser a médica. Precisava lembrar quem era. Não a mulher que perdeu o controle nos braços de um homem perigoso. Mas a profissional. A que salvava vidas. A que não se envolvia com pacientes. Com familiares. Com… ninguém.
Mas nenhuma dessas convicções parecia forte o bastante para apagar o que ele fazia com ela.
Assim que entrou em sua sala, trancou a porta e apoiou as costas contra a madeira, sentindo as pernas cederem. O ar lhe faltava. E não era pelo cansaço.
Era por ele.
Pelo olhar dele, pelas palavras. Pelas verdades cruas que ele jogava sem medo, sem filtros. Como se soubesse exatamente onde doía. E o pior… ele sabia.
Ela tocou os próprios lábios com os dedos, como se pudesse apagar o gosto que ainda pare