— Hum. A resposta de Lucian fez todos os presentes olharem para Daphne com inveja. Ficou claro para todos que a joia misteriosa seria o presente de aniversário dela. Sob as câmeras, as bochechas de Daphne ficaram levemente coradas. Quando o microfone foi direcionado para ela, o repórter perguntou: — Daphne, você está confiante no seu design de joias? Embora a pergunta fosse sobre o trabalho de Daphne, ela não perdeu a chance de exibir sua relação com Lucian. Piscando os olhos com delicadeza, ela respondeu em tom apaixonado: — Com Lucian me apoiando tanto, como eu não teria confiança? Essa joia foi cuidadosamente projetada com inspiração na camélia. Mais tarde, espero que vocês tirem muitas fotos dela. Mal terminou de falar, uma agitação tomou conta do tapete vermelho. Alguém gritou que Lavínia havia chegado. Daphne ergueu levemente o queixo, se preparando para receber os elogios e a admiração de todos. Lavínia fez uma entrada marcante, usando um vestido longo de cetim
Lavínia alisou o pelo do cachorro e soltou um sorriso leve. — Está pensando em quê? É claro que o segredo está no fertilizante. Um pouco de adubo, um toque de água suja... Nem preciso dizer que as flores crescem maravilhosamente. Ela olhou para Daphne com um brilho de sarcasmo nos olhos. — Daphne, você é uma Gonçalves, não uma Avery. Nesse ponto, você nunca será como Florence. Ela sabe exatamente qual é o lugar dela. Era uma provocação clara. Para Lavínia, Daphne só teria o direito de enfrentá-la no dia em que realmente se casasse com Lucian. Sem sequer esperar uma resposta, Lavínia virou as costas e foi embora, ignorando completamente a presença de Daphne. Daphne, por sua vez, não conseguiu engolir o insulto. Ela se virou com a intenção de reclamar com Lucian, mas percebeu que ele também já havia saído. Sem alternativas, ela forçou um sorriso para as câmeras, mantendo sua imagem de deusa, e correu atrás dele. — Lucian, eu... — Eu não quero ouvir desculpas inúteis. Desd
Ele nunca mais poderia ameaçá-la com nada. Florence se aproximou das duas atendentes: — Com licença, o vestido encomendado pelo Sr. Lucian foi para quem? As duas a olharam como se tivessem visto um fantasma, soltando um pequeno grito de susto. — Srta. Florence? Você ainda está aqui? — Sim, acabei de ouvir vocês comentando sobre... — Você ouviu errado. Estamos ocupadas. Tenha um bom dia. As duas saíram correndo, claramente tentando evitar qualquer conversa. Era óbvio que ela não conseguiria arrancar nenhuma informação. Florence suspirou levemente e deixou a loja. ... Inicialmente, Florence planejava voltar para Águas Serenas e deixar o vestido sob os cuidados de Lyra. Mas, assim que entrou no carro, recebeu uma ligação do diretor da escola. — Florence, por que você ainda não desocupou o dormitório? Todos já saíram para os estágios, e o prédio será reformado para os novos alunos. Venha logo buscar suas coisas. — Certo, entendi. Foi só nesse momento que Florenc
A voz grave de Lucian, misturada à frieza da névoa matinal, soou firme enquanto ele segurava Florence com força. Florence ergueu os olhos e encontrou o olhar profundo dele. Ficou momentaneamente confusa. Não era Lyra quem deveria estar ali? Ela encostou os pés descalços no chão. O frio das lajotas úmidas a despertou de imediato. — Onde está minha mãe? — Ela torceu a coluna. — Lucian respondeu com a voz gelada. — Eu mesma chamo um carro, não precisa se incomodar. — Florence disse, virando-se rapidamente e começando a pular com um pé só. Atrás dela, Cláudio, com uma expressão de quem não sabia o que fazer, levantou uma das pantufas. — Srta. Florence, seu sapato. — Pode deixar... Ah! As lajotas, cobertas por uma fina camada de orvalho, estavam escorregadias. Florence tinha dado apenas dois saltos antes de perder o equilíbrio e cair. Antes que pudesse atingir o chão, uma mão firme a puxou de volta. Ela se chocou contra o peito de Lucian, o impacto tão forte que sentiu o
Ao ouvir aquilo, o rosto de Florence ficou quente de vergonha. Ela virou-se para tentar explicar à zeladora. — Não é... Lucian deu um passo largo e, sem dizer nada, subiu as escadas, isolando a voz dela enquanto a carregava para o andar de cima. Florence lançou um olhar desconfiado para ele. Por um momento, teve a impressão de que havia um leve traço de diversão nos olhos dele. Mas, ao olhar novamente, viu que seu olhar continuava frio e distante, como sempre. Era apenas sua imaginação. Quando chegaram ao primeiro andar, Florence começou a se debater. — Tio, me põe no chão. Eu calço minhas pantufas e vou andando. Moro mais para cima, vai ser cansativo para você. Lucian permaneceu em silêncio e continuou subindo. Florence, irritada, apontou para o último andar. — Eu moro no sexto andar. Duvido que você aguente subir tudo. — Terceiro. — Como você sabe? — Florence perguntou, surpresa. — O que você acha? — Lucian parou no meio do degrau, lançando um olhar profundo para
Florence ficou assustada com aquele Lucian que parecia tão estranho, e sua respiração ficou descompassada enquanto ela tentava empurrá-lo. Lucian segurou seu pulso com firmeza, mas sem machucá-la. Seus dedos deslizaram sobre a pele de uma cicatriz clara, onde a queimadura havia deixado marcas. — Está melhor? — A voz grave dele soou preguiçosa, quase casual. Florence virou o rosto, evitando respondê-lo. Lucian, no entanto, ergueu a mão e fez com que ela olhasse para ele, apertando levemente seu queixo. — Vai responder direito agora? — Tio, você mesmo já disse que eu sou teimosa, não disse? — Florence respondeu, contrariada. Lucian apoiou ambas as mãos na mesa atrás dela, inclinando a cabeça para baixo, como se estivesse segurando um riso. — Quando tento falar com você de maneira calma, você não ouve. Mas, pelo visto, as coisas que eu digo sem pensar ficam gravadas na sua memória. — Dessa vez, sua voz tinha um tom leve, algo raro nele, quase uma brincadeira. Florence não
Lucian bloqueou o caminho do diretor quando ele tentou se aproximar. — O que foi? O diretor imediatamente adotou uma postura submissa, quase bajuladora: — Sr. Lucian, é o seguinte. Essa ala vai passar por uma reforma para receber os calouros no próximo semestre. Só que Florence ainda não desocupou o dormitório. Como ela é uma garota e deve ser difícil para ela carregar tudo sozinha, eu trouxe três seguranças para ajudá-la. Sr. Lucian, não precisa se preocupar, posso cuidar disso. O diretor sorria de forma forçada, mas evitava olhar diretamente para Lucian. Quando mencionou os "três seguranças", sua voz ficou trêmula. Era evidente que ele sabia a verdadeira identidade daqueles homens. Mas por que ele faria algo assim? Florence estava prestes a perguntar sobre os seguranças, mas Lucian a interrompeu: — A segunda senhorita da família Avery não precisa da ajuda de ninguém. — O quê? Segunda senhorita? — O diretor arregalou os olhos, quase deixando cair o que segurava. Ele
Assim que o carro chegou na frente do prédio, antes mesmo de estacionar completamente, o celular de Lucian tocou. Florence, ao ouvir o som, lançou um olhar discreto. Como esperado, era Daphne quem estava ligando. Depois que o diretor e os "seguranças" não conseguiram intimidá-la, Daphne claramente ficou inquieta. Dizer que ela não tinha nada a ver com o ocorrido seria impossível de acreditar. Mas Lucian, com certeza, acreditaria nela. Assim que ele atendeu, a voz chorosa de Daphne preencheu a ligação. Florence, sentada ao lado da janela, não conseguia ouvir claramente o que estava sendo dito, mas o tom de Daphne parecia estar carregado de mágoa, como se algo terrível tivesse acontecido. Lucian abaixou levemente a voz, com um tom mais brando: — Estou indo agora mesmo. O carro havia acabado de estacionar, e Florence, sem qualquer interesse em continuar ouvindo, abriu a porta rapidamente e desceu. Lucian estendeu a mão, segurando-a antes que ela pudesse sair. — Tenho u