Os dias se transformaram em semanas, e a ausência de Fellipo virou parte da rotina de Cecilia. Ele não aparecia mais à noite, não a esperava depois do expediente, e quando se cruzavam — raramente — ele desviava o olhar como se ela fosse invisível.
A única coisa que ela sabia sobre ele vinha pela enfermeira do pai.
— Ele tentou brincar com Thor quando veio ver o senhor Pietro — contou a mulher, enquanto preparava o chá do senhor. — Mas o cachorro rosnou tão feio que achei que ia atacar.
Cecilia suspirou, acariciando as orelhas de Thor, que descansava com a cabeça no colo dela.
— Depois converso com ele — murmurou, porque sabia que Fellipo amava aquele cachorro.
Mas ela nunca conversava.
Sempre adiava, como se enfrentar isso significasse reabrir a ferida que ela lutava para cicatrizar.
Em vez disso, mergulhava no trabalho. Ela e Samara finalmente terminaram a decoração do quarto do bebê — um ambiente aconchegante, com tons suaves e uma poltrona onde Samara já imaginava passar horas emb