A tarde tinha um peso estranho.
O céu estava limpo, o vento gelado demais para o fim de tarde, e a alcateia parecia respirar por conta própria, já que tinha gente cruzando o pátio com passos apressados, rádios de bolso chiando, crianças reclusas dentro de casa porque “hoje não é dia de brincar lá fora”. River ainda estava acamado, melhorando, mas cada movimento dele custava esforço, porém, Lyra preferia ver seu amado acordado e furioso do que sedado e quieto, mas os curandeiros foram firmes com as recomendações, repouso, antídoto, repouso de novo.
Porém, faltava um dia para o prazo de Atlas acabar.
Lyra riscou mais um X no quadro branco da sala, passou a ponta dos dedos pelo cronograma de patrulhas e respirou fundo.
O rádio preso ao cinto de Lyra estalou.
— Portão sul, ok. Leste fechadas, ok. Posição dos soldados, ok. Prossigo patrulha oeste.
— Copiado — Lyra respondeu, a voz firme sem forçar.
Ela ia cruzar o pátio para verificar o barracão de suprimentos quando algo alcançou o fundo