A luz entrava pelas frestas das cortinas, dourada e suave, como se o universo tivesse finalmente entendido o que era paz e tivesse decidido me entregar um pedacinho dela naquela manhã.
Me movi devagar entre os lençóis ainda bagunçados, sentindo a textura fina contra minha pele nua. A brisa fresca da serra entrava pela janela entreaberta, carregando o cheiro de terra úmida e folhas molhadas. Era um cheiro de recomeço, de algo limpo, puro… novo. Como se o mundo lá fora ainda estivesse em silêncio por respeito ao que tinha acontecido ali dentro. Ao que a gente tinha sido.
Virei o rosto no travesseiro e encontrei Thomas ali, deitado de lado, me observando. Os cabelos bagunçados, a barba por fazer realçando ainda mais os traços marcantes daquele rosto que antes me assustava e agora... era abrigo.
Ele não disse nada. Só passou o dedo devagar pela linha do meu maxilar, descendo até minha clavícula, e depois pousou a mão na curva da minha cintura como se fosse o lugar mais natural do mundo pr