Eu não estava respirando.
Era isso. Não tinha outro motivo pro meu corpo inteiro estar em alerta, a pele em brasa, o sangue latejando nas têmporas e a razão pendurada por um fio.
Ela se aproximava com passos lentos, quase preguiçosos, e aquele maldito sorriso pintado nos lábios. O sorriso de quem sabe o que causa. O sorriso de quem sabe o quanto eu quero.
Estávamos no meu apartamento. Ela tinha vindo “pra conversar”, depois de mais um dia onde passamos tempo demais tentando fingir que éramos apenas dois colegas de trabalho. A conversa tinha virado vinho. O vinho virou riso. O riso virou silêncio.
E agora ela estava na minha frente, olhando pra mim daquele jeito.
— Você tá quieto — ela disse, parando a um palmo de mim.
Eu a encarei cada centímetro dela, dos olhos brilhantes ao jeito como ela mordia o canto da boca.
— Tô tentando me controlar.
— Por quê?
— Porque eu te amo, Savannah. E porque eu sei que, por mais que você me deseje… você ainda não confia totalmente em mim.
Ela piscou. F