Acordei com o travesseiro quente ainda da noite anterior. O sol invadindo o quarto, e a mente... turbilhão.
Eu deveria estar aliviada por ele não ter avançado. Deveria estar feliz por ter sido respeitada, ou sei lá… grata pela maturidade. Mas não. Eu estou… Assustada. Porque não é esse Thomas que eu conheço. O Thomas que me persegue, que me invade, que me provoca com olhares e falas afiadas... sumiu.
No lugar dele, estava um homem calmo, paciente, com olhos de quem vê a minha dor e não foge dela. E isso... me desarma mais do que qualquer beijo roubado ou toque proibido.
Deitei com o corpo intacto e a alma virada do avesso. E agora? O que eu faço com isso? Com essa gentileza que me tirou o chão? Com essa vontade de correr dele e, ao mesmo tempo, correr pra ele? Com esse beijo na testa que me fez querer gritar?
Dane-se. Ele me virou do avesso com chá inglês e conversa sobre infância. Isso é quase crime emocional.
Eu me levantei, ainda tonta, e fui até o espelho.
Olhei nos meus próprios