Era pra ser um jantar casual. Foi o que ele disse. Um simples jantar. “Nada demais.”
Claro que com Thomas Montserrat, nada é só nada.
O motorista me buscou às 19h30. Vestido preto, salto discreto, maquiagem leve. Eu estava pronta pro tipo de evento que ele costuma brilhar — uma noite cara, com gente importante e taças de espumante intermináveis.
Mas o carro não foi pra nenhum restaurante badalado, nem mesmo hotel de luxo. Fomos para o centro da cidade. Um antigo teatro restaurado, com uma faixa grande na entrada: "Noite Pela Esperança — Leilão Beneficente em Prol das Comunidades Vulneráveis de São Lázaro."
Esperei ele aparecer. E quando Thomas surgiu…
Terno preto clássico. Gravata borboleta. E aquele sorriso torto de quem já sabia o que tava fazendo comigo.
— Surpresa? — ele perguntou, estendendo a mão.
— Um pouco. — respondi, aceitando o toque dele, sentindo meus dedos formigarem. — “Você não é exatamente conhecido por… caridade.”
Ele sorriu. Um sorriso calmo. Quase triste.
— É. E es